Exportação de produtos do PRODESI atinge 81 milhões de dólares em 2022
Os cinco produtos alvo do PRODESI, um programa institucional de dinamização da produção nacional que concede incentivos fiscais e financeiros, mais exportados por Angola geraram receitas cambiais cifradas em 81 milhões de dólares, em 2022, de acordo com informações obtidas do director nacional para a Economia e Fomento Empresarial.
Numa apresentação proferida quinta-feira última, no Global Business Angola-Emirados Árabes Unidos, um encontro de dois dias, realizado em Luanda, Manuel Machado indicou que essas exportações constituíram-se em 19 milhões de dólares na remessa de embalagens de vidro, 15 milhões em cimento clinquer, e em seis milhões para cada um de três outros produtos, nomeadamente, cerveja, banana e farinha de trigo.
Os destinos foram a República Democrática do Congo (RDC), que absorveu exportações cifradas em 25 milhões de dólares, República do Congo, com 13 milhões, Portugal, com nove milhões, bem como a África do Sul e Namíbia, com oito milhões cada.
Em sentido inverso, o top 5 dos produtos alvo do Programa de Apoio à Diversificação, Promoção de Exportações e Substituição das Exportações (PRODESI) importados representaram, naquele ano, 2.395 milhões de dólares, em aquisições lideradas em 405 milhões de dólares por carne de aves e em 384 milhões por trigo e mistura de trigo.
Arroz, com 363 milhões de dólares, óleo de palma com 328 milhões e óleo de soja, com 235 milhões, constituem as outras importações mais significativas dessa categoria de produtos, de acordo com Manuel Machado, que apontou como principais fornecedores a Índia, com 318 milhões, Brasil (357 milhões), Indonésia (281 milhões), Malásia (236 milhões) e Portugal (225 milhões).
54 produtos
Cinquenta e quatro produtos compõem a lista adoptada pelo Governo para a obtenção de benefícios do PRODESI, um programa que associa noções de fomento e de crescimento, contando-se sete hortícolas, cinco legumes e oleaginosas, igual número de cereais e de espécies de pescado, quatro produtos da categoria das raízes e tubérculos e três frutas.
A lista inclui quatro categorias de carne, sete materiais de construção e utilidades, além do que o documento define como diversos, um conjunto de 15 produtos entre os que se contam livíxias, sabão azul, açúcar, leite, sal comum, fraldas descartáveis, detergente líquido, cervejas, sumos e refrigerantes, águas de mesa, ovos, mel, guardanapos, rolos de papel e de cozinha.
As hortícolas são cebola, alho, pimento, tomate, cenoura, repolho e alface, os legumes e oleaginosas o feijão, óleo de amendoim, óleo de palma, óleo alimentar de soja e de girassol, e os cereais fuba de milho, massa esparguete, farinha de trigo, arroz e grão de milho.
Os peixes incluem o carapau Cunene, sardinhas (lambula e palheta) e cacusso, as raízes e tubérculos mandioca, fuba de bombó, batata-doce e batata-rena, as frutas banana, abacaxi e manga, enquanto as carnes a seca de vaca, a de porco, de frango e a de cabrito e os produtos de construção e utilidades o cimento, embalagens de vidro, clinquer, cimento cola, tinta, vidro temperado e varão de aço.
Remessas crescentes
Na apresentação, o director nacional indicou dados que apontam para que o pico das exportações angolanas de produtos alvo do PRODESI foi em 2019, quando os top 5 dos fornecimentos dessa categoria de bens situou-se em 105 milhões de dólares.
Depois de terem decaído para 44 milhões de dólares, em 2020, em coincidência com a crise da pandemia da Covid-19, que levou à paralisação da actividade económica, essas exportações iniciaram uma trajectória ascendente, em 2021, para 67 milhões de dólares, e para 81 milhões em 2022.
No período em análise, o pico das importações foi em 2018, com aquisições ao estrangeiro avaliadas em 2.610 milhões de dólares, com níveis decrescentes consecutivos até 2021, quando a compra dessa categoria de bens se situou em 1.419 milhões, até à escalada de 2.445 milhões, no ano passado.