União Europeia e Angola Buscam Fortalecer Relações Comerciais e Diplomáticas
Luanda – À medida que a União Europeia (UE) procura expandir sua influência e parcerias na África, Angola surge como um parceiro estratégico. Com uma série de encontros e atividades planejadas, ambos buscam dinamizar a cooperação e fortalecer os laços comerciais e diplomáticos.
Em novembro, Luanda será palco do “Business Angola”, um encontro destinado a fomentar negócios entre empresários europeus e angolanos. Este movimento destaca a importância que a UE atribui ao continente africano, com ênfase particular em Angola.
Sob a presidência rotativa espanhola do Conselho da UE, representada pelo embaixador do Reino da Espanha em Angola, Manuel Lejarreta, dois encontros adicionais estão programados. Estes incluem um encontro de Alto Nível com a União Africana e um com a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a qual Angola presidirá em novembro e dezembro, respectivamente.
Em uma recente conferência em Luanda, Lejarreta destacou a prioridade da Espanha em reforçar os laços entre a UE e a África durante sua presidência rotativa, que se estende de junho a dezembro. Um marco deste compromisso é o iminente acordo entre a UE e Angola, focado em dinamizar as relações comerciais.
Paulo Barroso Simões, chefe da secção Política, Imprensa e Informação da Delegação da União Europeia em Angola, também reforçou a relevância do projeto europeu, enfatizando os valores compartilhados entre a UE e Angola. Segundo ele, ambos estão alinhados no objetivo de fortalecer o multilateralismo, a democracia, os direitos humanos, o comércio livre e o desenvolvimento sustentável.
No entanto, a conferência também deu espaço para questionamentos. Adalberto da Costa Júnior, presidente do maior partido da oposição em Angola – Unita, abordou a posição da UE em meio à crescente disputa entre China e Estados Unidos. Já Vicente Soares, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, indagou sobre as ramificações geopolíticas atuais nas relações entre a UE, África e, especificamente, Angola.
J.Ignacio Torreblanca, acadêmico espanhol, ao discutir os desafios na cooperação internacional, sublinhou três pontos: política, economia e regressão democrática. Através destes pilares, Torreblanca vê um potencial imenso para cultivar relações benéficas entre Angola, a África em geral e a UE.
O cenário global está em constante fluxo, com eventos como a recente invasão russa na Ucrânia moldando dinâmicas geopolíticas. No entanto, tanto a UE quanto Angola reconhecem a importância de fortalecer laços e trabalhar juntos para um futuro mais cooperativo e próspero.