Bié vai produzir 1,2 milhão de toneladas de grãos até 2027

A província do Bié prepara-se para produzir, até ao final de 2027, perto de 300 mil toneladas de arroz, em terras aráveis já identificadas, nos municípios de Camacupa, Andulo, Nharea e Chitembo, numa aposta que envolverá produtores locais e estrangeiros.

A aposta, que anseia tornar auto-suficiente a cadeia alimentar nacional, e diminuir drasticamente as importações de cereais pelo país, aspira ainda produzir até final do quadriénio, um total de 237 mil toneladas de trigo, 130 mil de soja e perto de 750 mil toneladas de milho e feijão.

A pretensão foi avançada pelo governador provincial do Bié, Pereira Alfredo, durante a 1ª Conferência Internacional de Cereais e Grãos, que foi realizada pelo grupo empresarial Agreement, e que ontem conheceu o seu epílogo na capital biena.

Durante a conferência, que contou com a participação de mais de dois mil agentes dos ramos do agronegócio, agrícola e da pecuária oriundos de Angola, Brasil, China, Portugal, Turquia, Argentina e Israel, Pereira Alfredo avançou que é pretensão do Executivo angolano, em parceria directa com grupos de produtores internacionais, com experiência comprovada na produção de cereais e grãos, apostar forte no cultivo do arroz, da soja, do trigo e ainda do milho e do feijão – produtos que já começam a ser cultivados em grande escala, por produtores nacionais, no Centro e Sul de Angola -, em regiões como Camacupa, Andulo, Nharea e Chitembo, estando o cultivo do arroz entre as prioridades.

O governador do Bié avança, que a província possui terras aráveis e água em abundância nestas regiões da província, o que faz querer que até final de 2027 podem ser produzidas até 300 mil toneladas de arroz, a razão de 75 mil toneladas por ano, numa área cultivada de 37 mil hectares, com um rendimento de duas toneladas por hectare.

As regiões de Camacupa – com duas fazendas que já produzem arroz de boa qualidade, mas ainda em pouca quantidade -, Andulo e Nharea, estarão entre as prioridades produtivas do processo.

“Até ao ano de 2027, a província do Bié prevê produzir um milhão e 200 mil toneladas de cereais e grãos numa área cultivada de 480 mil hectares, em que as prioridades serão claramente o arroz, a soja, o trigo, o milho e o feijão. Nesse processo, iremos trabalhar com aqueles países cujas realidades são de grande sucesso nesse campo, a nível mundial, nomeadamente no segmento do agronegócio, produção em grande escala de cereais e grãos, e em outras actividades agrícolas, até porque o nosso território possui terras aráveis e água em abundância”, aponta Pereira Alfredo.

As produções de trigo, com uma previsão de cultivo até 2027 de 237 mil e 450 toneladas, em uma área cultivada de 62 mil hectares, e de soja, que até ao final do quadriénio as previsões estimadas de produção, são de 130 mil toneladas numa área de 85 mil e 600 hectares, são outras apostas do Executivo, na consolidação do processo de estímulo à economia e de dinamização do seu potencial, cujas medidas passam pelo aumento da produção nacional, apoio no aceso ao financiamento do sector empresarial, simplificação e alívio tributário e melhoria do ambiente de negócios. 

Uma boa experiência    

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Agreement, Luís Assis, que promoveu a organização da 1ª Conferência Internacional de Cereais e Grãos, considerou o evento como uma boa experiência para os produtores rurais nacionais, agentes do segmento do agronegócio e empresários dos diversos ramos alimentares.

Para o gestor, a realização da conferência, vai ajudar as estruturas estaduais a encetarem políticas firmes, que coloquem o país na rota da auto-suficiência alimentar, garantir a sua segurança neste quesito, combater a pobreza e diversificar a economia, com o incremento massivo da produção de cereais e grãos.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Skip to content