Angola Foca na Descarbonização e Redução de Efeitos de Estufa Enquanto Explora Combustíveis Fósseis

Angola está empenhada em equilibrar a necessidade de proteger o planeta, através da descarbonização e redução do efeito estufa, com a necessidade de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, incluindo a exploração de combustíveis fósseis. O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, destacou esta abordagem durante a 3ª edição da Mesa Redonda dirigida aos CEOs do setor petrolífero, organizada pela Global Services Corporation em Luanda.

Apesar do declínio natural da indústria petrolífera, Azevedo ressaltou que Angola e o mundo ainda necessitam do petróleo para o desenvolvimento econômico. Ele mencionou a importância do lítio, essencial para a produção de baterias, mesmo num cenário de crescente adoção de energias renováveis. Azevedo enfatizou a necessidade de o setor petrolífero buscar soluções mais sustentáveis, considerando a transição energética global e a situação específica de Angola.

O ministro apontou a formação, pesquisa e inovação tecnológica como prioridades para maximizar os benefícios da transformação do petróleo, incluindo a auto-suficiência em fertilizantes. Azevedo também destacou a importância da produção de gás, não apenas para uso doméstico e alimentação de centrais térmicas, mas também para a produção de amônia e, juntamente com outros minerais, de fertilizantes.

Azevedo defendeu ainda o desenvolvimento da indústria de aço em Angola, com base nos recursos de minério de ferro disponíveis no país. Ele acredita que os hidrocarbonetos podem desempenhar um papel significativo na diversificação econômica direta e indireta de Angola.

Em relação ao conteúdo local, Azevedo incentivou as empresas de serviços petrolíferos a acompanharem a evolução do setor para se tornarem mais eficientes e competitivas. Ele avaliou positivamente a Lei do Conteúdo Local, aprovada há três anos, e encorajou o financiamento para melhorar o ambiente de negócios e atrair mais investimento.

A mesa redonda contou também com a participação de outros gestores, incluindo o secretário de Estado para o Planeamento, Milton Reis, e executivos da TAAG e da Unitel, que concordaram com a necessidade de Angola se focar na formação e desenvolvimento tecnológico para alcançar a auto-suficiência e dinamizar a economia nacional.

Paulo Portas, consultor internacional e ex-Vice-Primeiro-Ministro de Portugal, participou do evento e enfatizou a importância de Angola e do continente africano se voltarem para as energias renováveis como uma oportunidade para alcançar o desenvolvimento sustentável. Ele citou o exemplo de Marrocos e destacou a necessidade de países dependentes de petróleo avaliarem quando a demanda por combustíveis fósseis atingirá o pico e começará a declinar, para tomarem decisões informadas e oportunas sobre reformas energéticas. Portas salientou que a África tem potencial para se tornar uma potência em energias renováveis, especialmente na energia solar.

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